Calendário de Manejo de Pastagens: vejas as recomendações para todos os períodos

A Barenbrug do Brasil preparou um calendário com recomendações para o adequado manejo de pastagens em todas as épocas do ano

O calendário de manejo de pastagens

O material proposto inclui recomendações técnicas, rotinas e indicadores práticos de implantação, produção e manejo de pastagens Barenbrug. O objetivo é desenvolver sistemas pecuários rentáveis e competitivos, baseado em um calendário de boas práticas para pastagens.

 

A melhoria dos sistemas de produção animal brasileiros envolve a reformulação de modelos de produção e utilização das pastagens. Para isto, o uso de cultivares superiores melhoram a rentabilidade e a competitividade do negócio agropecuário.  Este impacto é alcançado com a adoção de nossas recomendações específicas para os cultivares Barenbrug.

Manejo de Pastagens: Período da seca

Baixa disponibilidade de água no perfil do solo com redução das temperaturas em diversas regiões. Diminuição da produção de massa em todas as espécies forrageiras.

 

Manejo da pastagem

  • Monitorar regularmente a condição produtiva de cada pastagem. Avaliar a população de plantas, densidade de perfilhos vivos e disponibilidade de forragem em cada piquete para determinar as sequências de pastejo.
  • Definir a estratégia de uso das pastagens segundo o crescimento das pastagens. Adequar a taxa de lotação e a categoria animal à disponibilidade e qualidade de forragem.
  • Em pastejo rotacionado, diminuir a intensidade de pastejo para deixar resíduo mais alto, com maior proporção de folhas e manter uma alta população de perfilhos vivos.
  • Planejar a utilização da forragem diferida com categorias animais de baixos requerimentos de forragem de alta qualidade.
  • Evitar o super pastejo para assegurar capacidade de resposta na estação das chuvas e garantir persistência produtiva das pastagens.
  • Reservar pastagens em boa condição produtiva e alta qualidade de forragem para categorias animais críticas como bezerros de desmame, novilhas de primeira parição e recuperação da condição corporal de matrizes.

 

Suplementação

  • Devido às perdas em qualidade das forragens nessa época do ano, recomenda-se realizar a suplementação, sobretudo proteica, dos animais em pastejo. Considerar a situação das opções forrageiras disponíveis e os objetivos de produção de cada categoria animal.

 

Adubação

  • Tomar amostras representativas do solo e fazer análise de solo para subsidiar as recomendações de adubação de manutenção na época das águas.
  • Definir a estratégia de nutrição das pastagens para a época das águas. Planejar as práticas de adubação e correção do solo, para reposição de nutrientes no solo e para aumento da produção de forragem de alta qualidade.

 

Controle de formigas e insetos do solo

  • Monitorar atividade de insetos como formigas cortadeiras, grilos, besouros, gafanhotos e cupins, particularmente em pastagens novas ou áreas de formação/reforma com histórico de ataque de pragas.
  • Controlar as mesmas no período seco, antes das primeiras chuvas.

Manejo de Pastagens: Transição épocas seca-águas

Início das chuvas, regime pluviométrico ainda irregular e temperaturas elevadas.

 

Manejo da pastagem

  • Época mais crítica para o manejo das pastagens. Planejar a estratégia de manejo e manutenção de cada pastagem.
  • Projetar o uso de cada pastagem segundo os requerimentos de cada categoria animal e alvos de produção animal para a época das águas.
  • Evitar pastejo excessivo realizado após o início das chuvas para não comprometer o potencial produtivo futuro das pastagens.
  • Respeitar a altura do resíduo na saída dos animais (pastejo rotacionado ou intermitente) indicado para cada cultivar, evitando o esgotamento da pastagem.
  • Monitorar a disponibilidade de cada pasto, definindo as alturas alvos de manejo de acordo com o sistema de pastejo e a cultivar utilizada.

 

Roçada

  • No início das chuvas o pasto deve apresentar um resíduo baixo, sem restos secos, nem excesso de macega.
  • Uma roçada na altura recomendada de resíduo pode ser executada para uniformizar o pasto, retirar os resíduos secos e eliminar perfilhos mortos que afetam a rebrota e dificultam o consumo pelo animal.
    Invasoras e pragas.
  • Começar um programa de monitoramento regular de invasoras e pragas.
  • Após as primeiras chuvas, quando as plantas invasoras se encontrarem em pleno desenvolvimento, deve-se realizar o controle de acordo com o recomendado para cada espécie presente na área.

 

Adubação

  • Essa época apresenta irregularidade de chuvas na maioria das regiões. Assim, para adubação nitrogenada recomenda-se aplicar sulfato de amônio ou nitrato de amônio em detrimento da ureia para reduzir perdas por volatilização.
  • Adiantar a adubação com nitrogênio em pastagens em boa condição produtiva favorece o primeiro pastejo e aumenta a produtividade inicial das pastagens.
  • A adubação deve ser planejada de acordo com os prognósticos climáticos.

Manejo de Pastagens: Período das águas

Época caracterizada pela estabilização do regime pluviométrico, temperaturas elevadas e fotoperíodos longos. Máximas taxas de crescimento de todas as espécies e cultivares forrageiras.

 

Manejo da pastagem e do gado

  • Deve-se recorrer frequentemente os pastos avaliando a altura/disponibilidade de forragem para determinar as melhores sequências de pastejo ou ajustar taxas de lotação.
  • Manter os pastos dentro das alturas de manejo recomendadas de acordo com o sistema adotado (contínuo ou rotacionado), as cultivares presentes, as condições de fertilidade do solo e o nível de intensificação de cada propriedade.
  • O objetivo é maximizar a utilização da forragem produzida. Mantendo a produtividade animal e a qualidade das pastagens com taxas de lotação adequadas de acordo com a produção de cada forrageira.

 

Invasoras

Nesta época poucas plantas invasoras devem estar presentes no pasto. Caso haja presença destas, mesmo que em pouca quantidade, o controle deve ser realizado. O objetivo é evitar que ocorra altas infestações e o controle se torne mais oneroso, além de prejudicar a produção e uniformidade do pasto.

 

O uso de herbicidas para limpeza de pastagens poderá ser feito em área total ou de forma localizada conforme a porcentagem de infestação. Se as plantas invasoras apresentarem um porte muito elevado ou estiverem durante o período de florescimento, recomenda-se fazer uma roçada antes da aplicação e esperar que os rebrotes formem uma boa área foliar (30 a 60 dias após a roçada) para então aplicar o herbicida. Quando as plantas forem resistentes às aplicações foliares, recomenda-se a aplicação no toco ou via solo.

 

Pragas

Inspecionar regularmente as pastagens para detectar sintomas de ataques de pragas. Os principais insetos que ocorrem nesta época são os percevejos, lagartas desfolhadoras, besouros e o complexo das cigarrinhas.

 

Consultar um técnico especializado para definir ocorrência, severidade do ataque, densidade populacional críticas, assim como para decidir alternativas de manejo integrado ou controle químico.

 

Cigarrinhas

O monitoramento deve ser constante iniciando-se em setembro com a contagem de espumas e adultos presentes na área. O controle das cigarrinhas deve ser empregado antes que surjam os primeiros danos, pois, assim que se observa danos, o prejuízo na produção da forrageira já é irreversível.

 

O monitoramento deve ser aleatório, em cinco pontos de 1,0 m² por hectare. Se identificado população da praga ao nível de dano, o controle deve ser iniciado. A recomendação de produto, momento e forma de aplicação e acompanhamento da aplicação deverão ser feitas por profissional habilitado.

 

Adubação

Anualmente, é recomendado fazer a adubação de manutenção com base nos resultados da análise de solo. A partir dos resultados fazer reposição de P2O5 e K2O, além de micronutrientes, calagem e gessagem (enxofre) recomendados por um profissional especializado em pastagens.

 

O uso de nitrogênio garante aumentos de produção de forragem e teores mais altos de proteína na forragem.

 

Recomenda-se adubação de pelo menos 50 kg N/ha/ano como forma de prolongar a vida útil do pasto. A adubação deve ser escalonada nas áreas a fim de evitar uma produção acima da capacidade de consumo, o que pode favorecer a perda de forragem. Também tem a finalidade de evitar a perda de N, principalmente em solos muito arenosos.

 

Recomenda-se a aplicação após o pastejo, com uma rebrota de pelo menos 10 cm e boa disponibilidade de água.

Manejo de Pastagens: Transição épocas águas-seca

Diminuição progressiva da intensidade e frequência das chuvas e da temperatura em algumas regiões. Menor fotoperíodo e intensidade da luz.

 

Manejo da pastagem

  • Ajustar taxa de lotação da propriedade e projetar os requerimentos de forragem de acordo a sistema de produção (cria, recria, engorda).
  • Fazer balanços forrageiros e nutricionais com o assessoramento de profissionais habilitados.
  • Época indicada para vedar pastos e diferir forragem que serão utilizados na seca. Reservar pastagens em boa condição produtiva com cultivares adaptadas ao diferimento (Marandu, Decumbens, Ruziziensis) ou mesmo realizar um pastejo com desfolha menos intensa (resíduo de pastejo mais elevado) durante um período maior.
  • Considerar para todas as espécies e cultivares um período de descanso das pastagens mais prolongado ou uma redução na taxa de lotação manejando alturas de pastejo mais altas. Isto permite a recuperação das pastagens, promove o desenvolvimento radicular e assegura a acumulação de reservas que permitam a sobrevivência das plantas durante a época seca.
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